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Relatório parcial da CEI da Saúde será entregue à PF

por Heloiza Amaral publicado 06/03/2018 09h09, última modificação 06/03/2018 09h09

Os vereadores da Comissão Especial de Investigação (CEI) que apura a situação da Saúde em Goiânia decidiram apresentar o relatório do trabalho desenvolvido até este momento à Polícia Federal. “Não vamos esperar o fim da CEI, em maio, vamos entregar o que apuramos à polícia, para que sejam tomadas as devidas providências”, afirma o relator da Comissão, vereador Elias Vaz (PSB).

Entre os principais problemas já detectados, está o superfaturamento na manutenção da frota, com gasto de quase R$14 milhões em cinco anos, no contrato com a Útil Pneus, enquanto as ambulâncias continuam sem condições de uso. A ambulância campeã de gastos, R$89 mil em um ano e meio, está parada na oficina e, segundo o SAMU, o custo de conserto seria de mais R$49 mil. “O dinheiro usado para pagar os supostos consertos é do governo federal, depositado no Fundo Municipal de Saúde, o mesmo dinheiro que deveria ser usado para comprar remédios e pagar exames”, explica Elias.

Favorecimento

Os vereadores também vão informar à polícia indícios de irregularidades na atuação da empresa Neo Consultoria e Administração de Benefícios Eireli, que assinou contrato com o Município em janeiro, para atuar como gestora na manutenção da frota. A empresa não faz licitação e sim cotação de preços para contratar a oficina que vai fazer a manutenção. “Isso não é permitido no serviço público, é uma forma de burlar a licitação”, destaca o relator da CEI. Além disso, segundo uma das oficinas que prestam serviço ao Município, a Neo estaria cobrando taxa de serviço de 17%, enquanto há empresas no mercado que praticam taxas de 5%.

Também há denúncia de que a secretaria municipal de Saúde estaria direcionando o serviço para a Mecânica Inovar.  Durante a reunião desta segunda-feira (5), o vereador Jorge Kajuru (PRP) apresentou gravação de conversa entre a ex-gerente de Transporte da Saúde Maxilânia Clemente Costa e o diretor administrativo, o suplente de vereador pelo MDB, Luiz Teófilo. No diálogo, o diretor pede que seja priorizada a “empresa que nos ajudou quando mais precisamos”.

Luiz Teófilo se referia à Inovar, que fez manutenção da frota da Saúde, sem contrato, entre junho de 2017 e janeiro deste ano, e continua prestando serviço ao Município por intermédio da Neo. “Essa conversa foi gravada já sob a regência do contrato com a Neo e a Inovar está realmente fazendo a manutenção, conforme constatamos em diligência. Tudo isso demonstra a fragilidade desse contrato e comprova que ele é lesivo aos cofres públicos”, salienta Elias Vaz. (Foto: Wictória Jhefany) (Com informações do gabinete)