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Sabrina Garcêz discute violência nas escolas

por Guilherme Machado publicado 17/11/2017 19h20, última modificação 20/11/2017 11h18
Sabrina Garcêz discute violência nas escolas

Foto: Francisco Carvalho

Sabrina Garcêz (PMB) promoveu uma audiência pública na tarde esta sexta, 17, para discutir a violência crescente e a promoção da cultura de paz dentro das escolas. Ela disse que, nesse momento em que tragédias dentro de estabelecimentos de ensino tanto públicos quanto privados estão em evidência, é preciso ouvir os profissionais que trabalham na educação para ajudar os parlamentares a formularem leis que contribuam para o fim ou, pelo menos, a diminuição da violência nas escolas. “Esse é um debate que deve ser construído ouvindo as experiências do dia a dia de cada um e as sugestões para melhorar o ambiente escolar”, afirmou a vereadora. 

O conselheiro do Conselho Estadual de Educação, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia e diretor do Colégio Prevest, Flávio Roberto de Castro, comentou que todo o meio escolar ficou muito abalado especialmente com o recente caso do aluno que atirou contra os colegas no Colégio Goyazes. “Eu acredito que a causa do aumento da violência não é apenas da própria escola, mas um reflexo da nossa sociedade, que tem perdido valores”, disse. 

Em situações como essa, estruturas de fuga, como portas de emergência, nas escolas poderiam salvar vidas, mas isso não é a realidade na maioria das instituições de ensino. “São detalhes que não evitam a violência, mas evitam tragédias maiores”, lembrou conselheira Iza Maria Braga, do Conselho Municipal de Educação. Mas ela advertiu que medidas pontuais para prevenir atos de violência, como a instalação de detectores de metal nas portas das escolas, não acabam com o problema. “Só o material não resolve, é preciso investir no ser humano, na estrutura familiar e no cultivo de bons valores.” 

Alba Cristhiane Santana Damata é presidente da Comissão Especial de Psicologia Escolar e Educacional do Conselho Regional de Psicologia. Ela é professora da Universidade Federal de Goiás (UFG) e dá aulas para a formação de futuros professores. Ela contou que poucas pessoas se interessam atualmente em se tornarem professores e que aqueles que se formam, não querem dar aulas em escolas públicas. Para ela, isso é um reflexo não apenas da desvalorização profissional, mas da relação complicada entre professor e aluno, que muitas vezes é mais do que indisciplinado, é violento. “Os profissionais da educação estão adoecendo, enfrentando todos os problemas em jornadas diárias que muitas vezes são nos três turnos. Ao fim de cada dia o esgotamento físico, mental, psíquico, emocional é imenso.”

Ela defendeu que é preciso formular uma lei determinando que cada escola municipal tenha um psicólogo e que é preciso também aproveitar o momento atual, em que está despertado o interesse de discutir a violência nas escolas devidos às tragédias ocorridas recentemente, para aprová-la. “Eu entendo que o profissional da psicologia dentro do ambiente escolar pode contribuir para a diminuição da violência. Por fim nela infelizmente não é possível, já que isso é um problema social.” 

A superintendente pedagógica da Secretaria Municipal de Educação e Esporte, Ampara Barros, falou sobre as ações feitas para ajudar professores e alunos. Ela explicou que o município é divido em cinco regionais, cada uma com cerca de 70 a 80 instituições, e que em cada regional existe uma dupla de profissionais que acompanha as crianças com comportamentos diferentes e os profissionais adoecidos. Essas são as equipes de mediação de conflitos. Há também um projeto em parceria com o Ministério Público estadual chamado “Paz na escola: Eu curto!”. 

Núbia Glênia Guimarães, gerente de gestão da rede física da Secretaria Municipal de Educação e Esporte, complementou o que foi dito pela superintendente afirmando que, em breve, mais escolas municipais passarão a ter cerca elétrica e videomonitoramento, o que já existe apenas em alguns prédios hoje.