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Em Sessão Especial, Sabrina Garcez homenageia mulheres de axé

por Da Redação publicado 30/03/2023 17h20, última modificação 31/03/2023 13h56
Vereadora concedeu Diplomas de Honra ao Mérito para lideranças do candomblé e da umbanda, pela contribuição à tradição religiosa afro-brasileira

Pela primeira vez na história, a Câmara de Goiânia realizou homenagem às contribuições das mulheres de axé para a cultura religiosa afro-brasileira. No encerramento das celebrações do mês das mulheres, a vereadora Sabrina Garcez (Republicanos) entregou 60 Diplomas de Honra ao Mérito a lideranças do candomblé e da umbanda, em Sessão Especial, nessa quarta-feira (29).

Temos dívida histórica com mulheres e homens negros que construíram este país, com sangue e suor de suas vidas escravizadas por 400 anos, e que encontraram salvaguarda nas mulheres de axé, as mulheres de terreiro”, declarou Sabrina. “Hoje não estamos aqui para falar de dor, mas de amor, de admiração; estamos aqui para exaltar a tradição afro-brasileira e para homenagear a cultura e a fé que vocês representam”, acrescentou.

Com essas palavras, a parlamentar abriu a cerimônia, em Plenário lotado de mulheres, suas famílias e crianças, todos com vestes coloridas e sagradas das respectivas tradições religiosas. “Estamos aqui para defender a liberdade de culto e para celebrar a beleza do legado ancestral de resistência e fé, fundamentais para preservação de costumes formadores da diversidade brasileira, trazidos do continente africano”, afirmou a vereadora.

Presenças

Duas apresentações abriram a cerimônia – na tradição afro-brasileira, a música representa o sagrado e a dança; a celebração da fé. Acompanhado por atabaques, o Babalorixá Mário entoou a cantiga de Exu, e a cantora Tainá Janaina, cantigas para Oxalá e Oxum, acompanhada, na dança, pela Yalorixá Carol de Oxum. Na mesa, formada exclusivamente por mulheres, estavam a representante do Conselho Municipal de Igualdade Racial, Marileia Ferreira da Silva Lasprilla; a titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher – Deam (Região Noroeste), Azuen Magda Albarello; a coordenadora do Mapeamento da Cultura Afro-Brasileira em Goiânia, Adelbiane Conceição Campo; a superintendente da Igualdade Racial, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas, Ângela Café.

O pronunciamento, em nome dos homenageados, coube à Yalorixá Tereza de Omolu. Do alto de seus mais de 50 anos de atividade religiosa, em terreiro na Região Metropolitana de Goiânia, e apoiada pela filha, a Yalorixá Carol de Oxum, Ya Tereza fez um testemunho simples e comovente. Ao agradecer Sabrina Garcez pela iniciativa, ela reafirmou a importância do reconhecimento, da visibilidade e da ocupação de espaços em eventos para que grupos religiosos tenham força para enfrentar o preconceito. “Desejo que vocês todos sejam felizes, como fui feliz no Santo, e que Omolu nos proteja, nos dê alegria, paz e amor, saúde e dinheiro”, saudou.

Resistência

Em discurso, a vereadora lembrou que seu mandato, na Câmara, tem lutado em defesa da cultura popular e das tradições afro-brasileiras, mas quer fazer mais. No ano passado, ela destinou emenda parlamentar para financiar o Mapeamento da Cultura Afro-Brasileira de Matriz Africana no município – trabalho que dará conta de expressões da cultura negra na cidade, com georreferenciamento e recorte sociocultural de comunidades de afoxés, ternos de congada, catupés, moçambiques, escolas de samba, blocos afro, terreiros de umbanda e de candomblé, cultos tradicionais, grupos de capoeira, hip hop, entidades do terceiro setor, entre outros. Recentemente, a parlamentar propôs inserção da Festa das Congadas e da Folia de Reis no Calendário Oficial de Eventos de Goiânia.

No pronunciamento, Sabrina argumentou ainda que a religiosidade de matriz africana ressignificou símbolos e resiste, até hoje, seguindo caminho deixado por ancestrais, mas enfrenta desrespeito e preconceito à memória da ancestralidade sagrada. “Um sagrado fundado por mulheres de axé, matriarcas, que sempre conduziram a resistência política, religiosa e cultural”, pontuou. A vereadora lembrou que a situação de tradições e de religiões afro-brasileiras é vulnerável frente às violações dos direitos assegurados na Constituição Brasileira, que garante liberdade de crença e de culto, em seus artigos 5º e 19º. “Estamos aqui para trabalhar pela tradição e pela cultura afro-brasileiras com muito respeito e admiração. Contem conosco. Parabéns e axé!”

*Com informações da assessoria de comunicação da vereadora