Setembro Amarelo: Câmara promove debate sobre atendimento à saúde mental na rede pública
O atendimento à saúde mental em Goiânia foi tema de audiência pública realizada, na tarde desta terça-feira (12), na Câmara Municipal. Promovido pela vereadora Kátia Maria (PT) – presidente da Comissão de Saúde e Assistência Social da Casa –, o debate integrou a programação da campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio, e reuniu representantes de entidades classistas, da sociedade civil organizada, profissionais da área e usuários do sistema público de atenção à saúde mental.
“O momento é de muita preocupação. Depressão, ansiedade e outros transtornos psíquicos aumentaram, sobretudo durante e depois da pandemia”, destacou Kátia Maria, ao abrir a audiência pública. “Infelizmente pudemos constatar, em visitas às unidades de atendimento à saúde mental do município, que as condições oferecidas pelo poder público na prestação do serviço não são aquelas que o usuário necessita”, acrescentou a parlamentar, referindo-se aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
Reclamações
Tanto a vereadora quanto usuários do sistema apontaram que, em muitas unidades da rede, faltam profissionais e manutenção nas estruturas físicas para funcionamento adequado. Também foram relatadas falhas na distribuição de medicamentos e necessidade de melhoria de residências terapêuticas. Profissionais da área – servidores municipais – queixaram-se, ainda, de aspectos relacionados à gestão dos CAPS. Na avaliação deles, gestores deveriam ter qualificação para ocupar o cargo, com experiência comprovada em saúde mental, e não indicados por questões políticas.
Ao todo, Goiânia conta, hoje, com 22 unidades de atendimento à saúde mental. Dessas, apenas três são direcionadas a crianças e adolescentes. Para Kátia Maria, é urgente o incremento de políticas públicas efetivas e viáveis para o setor. Ao final da audiência pública, a parlamentar se comprometeu a produzir relatório e dar encaminhamento às demandas apresentadas durante o debate. “Vamos propor projetos de lei, realizar novos encontros e debates, visitar de forma permanente as unidades de atendimento à saúde mental e cobrar, das autoridades competentes, o que for de direito da população goianiense”, assegurou.