Subcomissão socioambiental discute uso da macrozona 'rururbana' na região norte
O uso sustentável da área da macrozona rural da bacia do Meia Ponte pautou a reunião da subcomissão socioambiental do Plano Diretor, na Comissão Mista, na tarde de hoje, 28, por videoconferência, conduzida por Gustavo Cruvinel (MDB), que preside esse colegiado.
O exemplo da Ecovila Santa Branca foi mostrado pelo geógrafo do ITCO, Silvio Mattos, como um tipo de uso sustentável, já que melhora e aumenta a massa verde, promove a infiltração de água no solo que é permeável, possui água limpa e ar sem poluição.
“Acreditamos que no pós-pandemia muitas famílias vão migrar para essas zonas, a fim de morar”, prevê o geógrafo lembrando da migração que ocorreu após a gripe espanhola. “Agora temos mais recursos, como a internet, que contribui para as pessoas trabalharem online em morarem em lugares com mais qualidade de vida”.
A proposta dos técnicos do ITCO é que sejam criadas duas APA’s (Áreas de Preservação Ambientais) no Alto Lageado e Capivara, que são limítrofes da barragem do João Leite. Mas também podem ter atividades próprias do que é chamado de zona “rururbana”.
A sugestão vista pela representante da Saneago, Lúcia Helena, como preocupante, que foi categórica ao esclarecer que a barragem do João Leite precisa ser circundada com áreas de florestas, sem atividades econômicas, mesmo que sejam de ecoturismo ou de hortifrutis orgânicos. “As florestas vão preservar a água em quantidade e qualidade, evitando erosão e acúmulo de qualquer sedimento, por isso as regras para essa região têm que ser rígidas, para não ter lançamento de lixo e esgoto”, afirmou.
A Seplan já está fazendo estudo sobre as atividades realizadas na macrozona rural de Goiânia e o que pode ser implantado, defendeu o gestor da Seplan, Diógenes de Melo. “O termo Rururbano precisa ser bem definido, senão pode ser usado como zona urbana e ser ter as bacias dos rios degradadas com invasão e atividades que fogem da destinação dessas áreas”.
Verticalização do setor Sul
Outra pauta trazida pela Associação de Moradores da 132C, no setor Sul, foi a transformação do bairro com a implantação de prédios. Carla Brant, representando 50 moradores da associação, afirmou que eles não querem que o setor Sul se transforme no setor Marista, que a cada ano se verticaliza mais e expulsa os moradores de áreas, antes tradicionalmente de casas térreas, locais calmos com vários imóveis que são patrimônio tombados.
O vereador Paulo Magalhães (DEM), relator do eixo de sustentabilidade socioambiental, defendeu que o bairro não sofra mudanças com adensamento vertical, e que isso pautará seu relatório, assim como a proibição de garagens subterrâneas que interferem no lençol freático. (Assessoria do ver.Lucas Kitão, pres.Comissão Mista)