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Superintendente confirma que hospitais negam UTI para paciente de SUS

por Quezia de Alcântara publicado 23/03/2018 11h35, última modificação 23/03/2018 16h51

A CEI da Saúde ouviu nesta sexta-feira, 23, o superintendente de Rede e Atenção à Saúde, Sílvio José de Queiróz e o paciente João Paulo da Costa e Silva sobre problemas nas vagas de UTI’s nos hospitais credenciados pelo SUS.

O superintendente confirmou aos parlamentares que mesmo “após ter sido regulado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ao chegar aos hospitais pode ocorrer de não serem atendidos”. Elias Vaz (PSB) havia perguntado sobre a negativa dessas UTI’s em prestar atendimento aos pacientes do SUS.

Queiróz afirmou que há vagas compatíveis com a demanda, mas às vezes não são disponibilizadas. “Outra questão é que um hospital com 12 vagas solicitou a retirada do credenciamento”, fazendo com que a fila por espera aumentasse, assim como alguns casos de H1N1.

UTI SEM NECESSIDADE

O paciente João Paulo relatou como convidado da CEI e não depoente, que ficou quatro dias na UTI do Hospital Santa Bárbara sem necessidade ocupando uma vaga pelo plano de saúde IMAS. Ele contou  que procurou o hospital devido inchaço no joelho e os médicos o internaram suspeitando de pneumonia, diagnóstico descartado no primeiro dia.

“Depois disso, eles afirmaram que suspeitavam de que fosse infecção no joelho e precisava aguardar parecer de ortopedista”, relembrou João Paulo. O paciente, já estressado por ser mantido na unidade intensiva sem necessidade e sabendo que o hospital não tinha especialista em ortopedia, exigiu sua transferência para um quarto. “Eu sempre soube que conseguir uma cama de UTI era difícil e eu não poderia ficar ali ocupando um lugar de um paciente grave”, disse questionando que se “fosse pelo SUS eles iriam me segurar lá? Estavam me mantendo ali porque pelo plano de saúde fica mais caro o tratamento?”

Elias Vaz informou que o relato do paciente corrobora denúncias que recebeu de que as UTIs estavam sendo utilizadas de forma indevida, pois era mais vantajoso ter um paciente sem gravidade, ou seja, fazem seleção de pacientes.

Já Jorge Kajuru (PRP) revelou que recebeu denúncia de que alguns pacientes de UTI credenciada foram passados na frente de outros que aguardam na fila mediante um “bilhete assinado pela primeira dama, dona Iris”. Ele prometeu trazer à reunião cópias dos “bilhetinhos”.