Você está aqui: Página Inicial / Sala de Imprensa / Notícias / Tragédia do Césio 137 será lembrada pela Câmara Municipal

Tragédia do Césio 137 será lembrada pela Câmara Municipal

por marcos — publicado 04/09/2017 19h10, última modificação 06/09/2017 16h03

Por iniciativa do vereador Andrey Azeredo (PMDB), presidente da Câmara Municipal de Goiânia, serão realizadas na Casa, de 11 a 29 de setembro, uma exposição fotográfica e uma Sessão Especial alusivas aos 30 anos do acidente com o Césio 137, ocorrido em 13 de setembro de 1987. Os eventos, propostos no início de junho, foram aprovados em Plenário e têm o objetivo de rememorar a tragédia e prestar gratidão àqueles que vivenciaram o ocorrido e trabalharam para ajudar as vítimas. Mais de vinte profissionais de diversas áreas que atuaram decisivamente naqueles dias serão homenageados na Sessão Especial que será realizada na noite de 13 de setembro no Plenário da Câmara. Os homenageados foram indicados por Andrey Azeredo, que solicitou aos demais vereadores que também indicassem nomes.

“É essencial homenagear os diretamente envolvidos, ressaltar sua luta em defesa das vítimas, seus esforços em entender e controlar os danos, as atitudes humanistas e corajosas que tomaram e a batalha daqueles que mantêm o compromisso com a reflexão histórica sobre aqueles dias. O acidente com o Césio marcou Goiânia e muitas gerações de goianienses afetados direta ou indiretamente por aqueles dias dolorosos. É importante fortalecer a causa das vítimas reconhecidas e das que ainda lutam por serem reconhecidas e usar o que aprendemos para que algo do gênero nunca mais se repita”, afirma Andrey Azeredo. Na opinião dele, a tragédia do Césio é um tema que não pode ser evitado dada a sua gravidade: “É uma ferida aberta para muitos e temos que curá-la, leve o tempo que levar, com seriedade, rigor científico e amor ao próximo”.

Considerado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) o segundo maior acidente radioativo do mundo (perdendo em abrangência territorial apenas para o registrado na usina nuclear de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia), o ocorrido em Goiânia deixou quatro mortos oficialmente reconhecidos como vítimas, questionamentos ainda não esclarecidos, mais de mil pessoas afetadas pela radiação, uma história dolorosa que marcou definitivamente a cidade e cerca de 6 mil toneladas de lixo radioativo que estão acondicionadas num depósito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares em Abadia de Goiás, município da Região Metropolitana localizado a 23km da Capital. Segundo estudos da Comissão, os resíduos perderão totalmente o potencial radioativo em, no mínimo, 275 anos.

 

Destaque no Fantástico

Na noite de ontem, o programa Fantástico da TV Globo veiculou uma reportagem especial sobre o acidente relembrando os fatos trágicos daqueles dias, mostrando fotos inéditas da época, depoimentos de vítimas e de um dos condenados e como está atualmente o lixo atômico em Abadia de Goiás. Quatro pessoas dentre as que serão homenageadas na Sessão especial da Câmara figuraram na matéria do Fantástico: o físico Walter Mendes Ferreira, o vice-presidente da Associação das Vítimas do Césio-137 (AVCésio), Odesson Ferreira, a médica oncologista Maria Paula Curado e Luiza Odet Mota, vítima do acidente. 

O acidente em Goiânia começou em 13 de setembro de 1987 quando dois catadores de materiais recicláveis retiraram um aparelho de radioterapia de um prédio público abandonado no centro da cidade e o levaram para a casa de um deles. Eles abriram a aparelhagem para retirar metais para vender e dentro dela havia uma cápsula contendo Césio 137, um isótopo radioativo resultante da fissão de urânio ou plutônio que dá origem ao Bário 137, um pó azulado e fosforescente que emite radiações gama altamente penetrantes e tóxicas. Já no primeiro dia de contato com o material, ambos começaram a passar mal. Entre os dias 19 e 26 de setembro de 1987 a cápsula radioativa foi mostrada para várias pessoas que passaram pelo ferro-velho para onde ela foi levada, dentre familiares e conhecidos do proprietário do estabelecimento.  A primeira vítima fatal foi a garota Leide das Neves Ferreira, de 6 anos, símbolo da tragédia com o Césio. A pequena chegou a ingerir partículas do pó letal.

 

Serviço:

Evento: 30 anos do acidente com o Césio 137

Exposição fotográfica

Data: 11/09 a 29/09

Local: Hall de entrada da Câmara Municipal de Goiânia

Responsável: Grupo Jaime Câmara

Apoio: Jaime Câmara e Jornal O Popular

 

Sessão Especial

Tema: Não podemos esquecer: Césio-137, 30 anos depois

Data: 13/09, quarta-feira

Horário: 19h30

Local: Plenário da Câmara

Endereço: Avenida Goiás, 2001, Centro

registrado em: