Vans escolares poderão circular pelos corredores dos ônibus coletivos na Capital
O Plenário da Câmara de Goiânia aprovou nesta quinta-feira (21) – última sessão ordinária do ano – projeto de lei do vereador Carlin Café (PPS) que autoriza a circulação de veículos do transporte escolar nos corredores exclusivos de ônibus, na Capital, desde que os mesmos estejam devidamente cadastrados e licenciados juntos aos órgãos competentes da Prefeitura – como Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT) e Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC). A matéria foi aprovada em primeira votação, por maioria, e segue em tramitação na Casa. Representantes do setor acompanharam a sessão e se manifestaram das galerias.
De acordo com o projeto, o veículo do transporte escolar terá livre acesso aos corredores exclusivos em qualquer horário, sendo vedado o embarque e desembarque de alunos durante o tráfego no local. Um cadastramento deverá ser realizado pelo respectivo sindicato dos proprietários das vans escolares, que emitirá um selo para identificação da liberação para a circulação das mesmas. Ao Poder Executivo, por sua vez, caberá a regulamentação, por meio de Decreto, das penalidades para os casos de infração, bem como quando e de que forma se dará a necessária fiscalização dos veículos.
“Nosso objetivo é garantir aos estudantes que utilizam esse tipo de serviço a pontualidade na chegada às escolas ou faculdades, com tranquilidade e segurança, sobretudo diante do trânisto caótico que se instalou em nossa cidade”, justifica o vereador Carlin Café, lembrando que o mesmo tipo de benefício tem sido concedido aos taxistas. Ele ressalta que a medida também poderá contribuir para desafogar o trânsito, já que cada van escolar, com sua rotatividade, chega a transportar, em média, 50 alunos por dia. “Retiraremos do trânsito e, principalmente, da porta das escolas e faculdades, essa mesma quantidade de veículos”, sustenta o parlamentar.
Pedido de Vista
Durante a discussão da proposta de Carlin Café, o vereador Paulo Magalhães (PSD) pediu vista do projeto, o que foi negado. “Pedir vistas não significa me posicionar contra ou a favor, mas apenas assegurar que seja de fato cumprido, sem transtornos para a população, o que for aprovado aqui”, argumentou. “Os órgãos responsáveis pelos corredores, pelo trânsito em Goiânia, deveriam ser ouvidos e se pronunciar, para que, no futuro, não haja engarrafamento e os ônibus se espremam entre os carros por falta de espaço. Não quero ser responsável por esse tipo de situação no futuro e irei cobrar de quem, hoje, está se posicionando favoravelmente”, completou.
Elias Vaz (PSB) usou a Tribuna para defender o seu voto: “Trata-se de dar prioridade para o transporte coletivo e isso é democrático; é uma forma inteligente de utilizar o espaço público urbano”. Na avaliação de Elias, “é significativo” na área de mobilidade urbana esperar que 15 carros possam sair de circulação, em horários de pico, com a utilização dos corredores dos ônibus pelas vans escolares. “Isso de forma alguma é privilégio, é otimização do espaço público”, reiterou.