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Vereadores contestam proposta de Bolsonaro para comemorar golpe militar

por Antônio Ribeiro dos Santos publicado 27/03/2019 11h55, última modificação 27/03/2019 15h20

Diversos vereadores se posicionaram hoje (27) de forma enérgica e crítica contra a proposta do presidente Jair Bolsonaro de comemorar o golpe civil-militar, ocorrido em 31 de março de 1964, que causou a queda do presidente João Goulart e a implantação de um regime de exceção, antidemocrático. O vereador Andrey Azeredo, MDB, fez um contundente pronunciamento sobre o assunto, apresentando dados históricos sobre torturas, desaparecimentos, exílios, censura. "Não há o que se comemorar em 31 de março. Propor isso é um absurdo. O que temos de comemorar é a democracia e não a ditadura", ressaltou.

Andrey apresentou números sobre 479 mortos e desaparecidos, 10 mil exilados, duas mil que denunciaram torturas, 12 mil indígenas mortos, perseguição a artistas, atores e cantores, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Geraldo Vandré. "Cassação de governadores, prefeitos, senadores, deputados federais, estaduais e vereadores. Por exemplo, em Goiás Mauro Borges e Iris Rezende tiveram direitos políticos cassados por 10 anos. Sem contar os 15 goianos desaparecidos, 15 trabalhadores ruais mortos e 300 presos torturados e ainda vivos", resumiu.

REPERCUSSÃO

"É preciso repudiar essa proposta do presidente. É um absurdo, falta de noção política e desrespeito à democracia. Esta Casa vai se manifestar oficial sobre esse assunto", prometeu o presidente da Câmara, Romário Policarpo, Pros. O vereador Anselmo Pereira, PSDB, afirmou; "Trata-se de uma proposta nefasta. Não dá para levar a sério tal absurdo, ou seja, querer que a baioneta e chicote sejam endeusados. Uma aberração mesmo". Anselmo contou ainda que seu pai sofreu perseguições injustas e foi preso no período da ditadura.

A vereadora Tatiana Lemos, PC do B, foi enfática nas críticas conta a proposta de Bolsonaro; ""É uma monstruosidade propor isso, ou seja, comemorar a ditadura. Merece o repúdio total de todo aquele que preza a democracia. A sociedade brasileira não pode se calar diante desse abuso inominável". Tatiana lembrou também das perseguições e prisões sofridas por parentes próximos durante a ditadura de 64: "Esse presidente não respeita família, a dor sofrida por aqueles que foram perseguidos, torturados, exilados e mortos pela repressão militar".