Vereadores pedem reabertura da atividade econômica durante sessão plenária
Ocorreu nesta terça-feira (19) mais uma sessão plenária presencial na Câmara Municipal de Goiânia, em que foram destaques as manifestações e pedidos dos vereadores de flexibilização do isolamento social e a volta das atividades econômicas respeitando as normas de distanciamento social e de higienização de ambientes e pessoas.
Requerimentos foram apresentados com estes objetivos, como o do vereador Anselmo Pereira (MDB), que pede a reabertura de restaurantes e bares. Ele classificou como “desumana” a cena vista por ele em frente ao Hospital Araújo Jorge, em que pessoas, entre elas pacientes em tratamento de câncer, estavam almoçando sentadas nas calçadas por causa da proibição de comer dentro dos estabelecimentos. “É preciso a reabertura disciplinada da categoria comercial que tem maior consumo e que mais arrecada impostos para o município”, afirmou ele.
Doutor Paulo Daher (PMN) apresentou um projeto de Decreto Legislativo, em parceria com o vereador Felisberto Tavares (Podemos), flexibilizando todas as atividades, como academias, cultos religiosos, bares, restaurantes e clínicas médicas. Ele justificou que há, segundo ele, leitos reservados para pacientes com Covid-19 sobrando em hospitais da capital, dizendo que a situação ocorre na recém-inaugurada Maternidade Célia Câmara, local que vem sendo inicialmente utilizado como hospital de campanha pela Prefeitura.
Por meio de requerimento, o vereador Denício Trindade (MDB) pediu a flexibilização do decreto municipal que proíbe a abertura de atividades não essenciais para permitir o funcionamento das escolas profissionalizantes de formação de vigilantes e de profissionais de saúde, como técnicos de enfermagem. “São serviços que formam profissionais que a sociedade precisa, portanto são essenciais”, defendeu.
Já Zander Fábio (Patriota) pediu a volta dos treinos dos times de futebol, mas não dos jogos. Segundo ele, isso poderá ser feito seguindo os protocolos de segurança definidos pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em que os jogadores serão testados para a Covid-19 e terão as temperaturas verificadas antes dos treinos. Além disso, eles não poderão usar os vestiários e os refeitórios.
O presidente da Câmara, Romário Policarpo (Patriota), se manifestou em apoio à reabertura das lojas da região da 44 de forma planejada e gradual. Segundo ele, os logistas propuseram à Prefeitura a aplicação de 24 medidas de segurança contra a Covid-19. Entre elas está a lavagem das galerias e calçadas, feita pelos próprios empresários, e a contenção das caravanas de compradores vindos de outros estados. “Temos que cuidar da galinha dos ovos de ouro de Goiânia. São oito quadras que geram uma cadeia de 150 mil empregos e movimentação total anual de R$ 8 bilhões para o estado. Ou nós enfrentamos esse problema atual com uma reabertura organizada ou teremos uma quebradeira geral nesse setor, pois já tem comerciantes e galerias inteiras fechando”, alertou o vereador.
Sargento Novandir (Republicanos) sugeriu a extensão do pedido de reabertura da região da 44 para a feira Hippie, justificando que ela faz parte do mesmo polo comercial.
Em meio às críticas ao isolamento social expressadas por vários vereadores durante a sessão, houve também aqueles que declararam apoio às medidas restritivas editadas pelos governos estadual e municipal.
O vereador Andrey Azeredo (MDB) indagou se haverá público caso o comércio seja reaberto agora, já que haveria ainda muito receio por parte da população. “Alguém aqui acredita que a normalidade que existia antes da pandemia vai voltar no estalar de dedos?”, questionou.
“Nós estamos relativizando muito o problema com a Covid-19. Se não fosse o isolamento no início da pandemia, nós hoje teríamos um número muito maior de mortos, leitos ocupados, UTIs lotadas e filas de pessoas sendo escolhidas quem teria ou não tratamento, como ocorre em outros estados. Os países que estão retornando suas atividades econômicas tomaram todas as providências necessárias para controlar a pandemia e, assim, gerar condições para a reabertura. O que vemos no Brasil é diferente. Aqui o que temos é um bate cabeça constante entre as autoridades, que não se entendem”, avaliou ele.
Paulo Magalhães (DEM) chamou o vírus de “inimigo invisível” e defendeu as medidas de isolamento social impostas pelo decreto do governo estadual. “O mais importante é a preocupação com a vida. Se abrir tudo, vai morrer muita gente”, disse.
Próxima sessão
Ao final da sessão de hoje, o presidente Policarpo convocou uma nova sessão plenária presencial para a próxima terça-feira, dia 26, com início a partir das 9 horas da manhã.