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Vereadores vão a Brasília pedir verbas federais para o Hospital Araújo Jorge

por Antônio Ribeiro dos Santos publicado 09/08/2016 12h30, última modificação 09/08/2016 12h33

Encabeçada pelo presidente da Casa, Anselmo Pereira, do PSDB, uma comissão de vereadores vai a Brasília, amanhã, às 18 horas, para uma audiência com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, para que seja liberada uma verba de R$ 17 milhões para atender o Hospital Araújo Jorge, unidade operacional da Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG).

Na oportunidade, será entregue ao ministro uma moção assinada pelos 35 vereadores da capital que pede ao governo federal imediata liberação desses recursos para atender "essa importante unidade de saúde no nosso Estado".

"Esse é um pedido emergencial, em decorrência da grave situação financeira do Hospital, que encontra em situação crítica", afirma Anselmo. Segundo ele, na moção, por exemplo, o ministro será informado que a crise pode afetar o funcionamento de várias unidades do Araújo Jorge, entre elas, a que cuida de novos transplantes de médula óssea (TMO), bem como terapia intensiva, pronto atendimento e oncologia pediátrica. "Setores com maiores deficiências orçamentárias", frisou.

PROBLEMAS

O presidente da Associação de Combate ao Câncer em Goiás, Paulo Moacir Oliveira Campoli, esteve na sessão de hoje (9) da Câmara para fazer um relato sobre a real situação daquela unidade de saúde. Inicialmente, ele traçou um quadro das dificuldades financeiras nos últimos quatro anos, em decorrência de administrações que levaram a entidade a um caos financeiro.

"Com medidas drásticas, conseguimos superar e alcançar superávits financeiros. Acontece, porém, que o HJ, por ser uma unidade de saúde privada filantrópica, atende 80% dos pacientes oriundos do SUS. O pior é que desde 1999 os custos dos serviços prestados ao SUS não são corrigidos, um verdadeiro congelamento na tabela, sem contar elevação de despesas, salários de funcionários. Tais problemas afetam, então, atrasos no pagamento da folha e também com os nossos fornecedores de insumos (remédios, por exemplo). Estamos atendendo nossos pacientes,mas estamos no limite. É preciso que o poder público ajude a cobrir esse déficit", destacou Campoli.

Ele contou ainda que esteve com o prefeito Paulo Garcia para relatar a situação e pedir apoio da Prefeitura. "Queremos apenas uma complementação da Prefeitura desses valores pagos pelo SUS. O prefeito disse que irá estudar o pedido e dará uma resposta esta semana", disse.

REPASSES

Vários vereadores se pronunciaram sobre o situação do HJ. Zander Fábio (PEN) e Paulo Magalhães, PSD, por exemplo, sugeriram ao presidente da Câmara que a economia que a Casa fizer este ano não seja devolvido ao Paço. "Pelo contrário, que tais recursos sejam destinados a instituições de caridade que atuam na cidade, como Santa Casa, Hospital do Câncer e Casa de Eurípedes", lembra Magalhães. Zander completou:"A Câmara não pode omitir nessa hora. Temos que dar nossa contribuição para amenizar esse grave problema da mais importante instituição de saúde do Estado que atua no combate ao Câncer".

Ao finalizar, Anselmo Pereira lembrou que o Hospital Araújo atua a mais de 50 anos em Goiânia e que é uma referência nacional especializado em cancerologia, atendendo por mês 30 mil pacientes não só da região Centro-Oeste, mas também do Acre, Rondônia, Tocantins, Bahia e Pará. Citou ainda que um transplante de médula óssea, por exemplo, custa mais de R$ 120 mil, mas que a tabela de remuneração do SUS é de R$ 23 mil, uma defasagem de quase R$ 100 mil.

"Entendo que o ministro será sensível ao nosso pleito e autorizará o repasse de recursos para atender essa urgência do Araújo Jorge", concluiu.